Signo Ideológico “Eloquência”: uma Análise Discursiva de um Manual de Fala pública do século XX
DOI:
https://doi.org/10.47677/gluks.v25i02.535Palavras-chave:
Signo Ideológico, Eloquência, Retórica, Círculo de BakhtinResumo
O presente artigo tem por objetivo identificar e descrever como são formuladas as passagens escritas que nos permitem visualizar aspectos relativos à eloquência na obra A arte de falar em público: retórica eloquência: acadêmica, parlamentar, forense, eclesiástica, publicada por Silveira Bueno em 1947. Investigaremos a hipótese, a ser confirmada ou refutada, de que, na obra em questão, a eloquência aparece como uma faculdade natural, inatingível por aqueles que, por algum motivo, não a receberam. Nos valemos de alguns pressupostos teórico-metodológicos postulados pelos autores do Círculo de Bakhtin, em especial, da obra Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem (Volóchinov, [1929] 2017). Ao analisarmos a obra, concluímos que a eloquência, como signo ideológico, reflete e refrata alguns saberes da época em que foi escrita, a eloquência é concebida na obra de Bueno como algo dado naturalmente, ou seja, o eloquente é construído como dotado de uma habilidade natural de falar em público.
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