Quando as pedras falam:

memórias e cicatrizes em deixem falar as pedras, de David Machado

Autores

  • Ágata Cristina da Silva Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Gumercinda Gonda Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

David Machado, Trauma, Memória coletiva, Literatura portuguesa contemporânea

Resumo

Em Deixem falar as pedras, do escritor português da geração dos Novíssimos, David Machado, somos guiados pelo jovem narrador Valdemar pela sua história e pela história do seu avô. Através da escrita diarística, acompanhamos as narrativas do adolescente acerca das suas vivências do presente e da sua infância. Além disso, ele registra em seu caderno as memórias de seu avô das prisões e percalços enfrentados durante a ditadura salazarista. Pretendemos com este artigo analisar a escrita da memória e do trauma presente no romance tomando como arcabouço teórico os estudos de Beatriz Sarlo, Aleida Assmann, Leonor Arfuch, Philippe Lejeune, Pierre Bourdieu, Maurice Halbwachs e Jeanne Gagnebin.

Biografia do Autor

Gumercinda Gonda, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da UFRJ na Graduação e na Pós-Graduação lato sensu e strictu sensu.

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Publicado

2019-02-18

Como Citar

da Silva Oliveira, Ágata C., & Gonda, G. (2019). Quando as pedras falam:: memórias e cicatrizes em deixem falar as pedras, de David Machado. Gláuks - Revista De Letras E Artes, 18(2), 155–167. Recuperado de https://www.revistaglauks.ufv.br/Glauks/article/view/59